domingo, 30 de outubro de 2011

ECO-URBANISMO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

     Com algum atraso durante muito tempo em relação aos seus vizinhos europeus no que toca ao ambiente, Portugal soube tirar proveito dos meios disponibilizados pela União Europeia para corrigir esta situação e neste momento, nota-se na maioria dos cidadões uma real consciência ecológica.

     Com o passar dos anos, a sustentabilidade do território tornou-se a principal orientação do país para maximizar a qualidade de vida no seio das suas cidades. Pouco a pouco as autarquias empenharam-se em criar um maior equilibrio entre o ambiente, as pessoas e as construções urbanas tentando assim corrigir os muitos erros urbanisticos do passado.

     Presentemente a gestão urbana encontra-se intrinsecamente associada ao conceito de desenvolvimento sustentável (eco-urbanismo) e o investimento realizado nessa matéria rondou os 130 milhões de euros este último ano.

    O ambiente faz parte das principais preocupações do Eco-Urbanismo através politicas favorecendo o tratamento e reciclagem dos resíduos, a eficiência energética, a mobilidade eléctrica, a qualidade do ar, as construções sustentáveis ou ainda a racionalização do ciclo da água.

    Dada a importância deste tema, a CCILF decidiu dar-lhe este ano destaque na terceira edição do seu seminário ambiente e definiu assim alguns dos sectores chaves onde está envolvido:

A POLÍTICA AMBIENTAL DAS CIDADES E O MODELO URBANO SUSTENTÁVEL

    As grandes cidades sempre foram sinónimo de alto consumo energético, contaminação atmosférica e auto-estradas ao detrimento de espaços verdes.
Os políticos e alguns especialistas da arquitetura urbana estão a reflectir sobre um novo conceito de cidade sustentável. No âmbito desta reflexão, Portugal organizou este ano a 7ª edição da conferência «Urba Verde» e tem abordado sem rodeios estes assuntos. 

    Simultaneamente, neste sentido, o governo português através do fundo JESSICA Portugal (instrumento financeiro da Comissão Europeia e do Banco Europeu de Investimentos) investe um total de 130 milhões de euros a favor dos projectos urbanos de cariz sustentável (arquitectónicos ou outro). A direcção Geral do Ambiente da Comissão Europeia em Portugal conta com cada vez mais cidades que desenvolvem uma política sustentável e aderem assim ao projecto «Energias Cidades» das Autoridades Europeias.

OBRAS PÚBLICAS ENVOLVIDAS NA PROTECÇÃO DO MEIO AMBIENTE

    O sector das Obras Públicas é estratégico para preservar o ambiente, sobretudo em meio urbano. Deve enfrentar objectivos europeus em termos de eficiência energética a fim de reduzir o consumo energético. Também, as expectativas dos utilizadores são cada vez mais fortes e tomam em conta todos os aspectos da construção (isolação, ventilação, etc.). Mesmo que Portugal esteja consciente destas preocupações, ainda tem muitas coisas para fazer. A experiencia e o know-how francês nesta área podem revelar-se uma fonte de inspiração para as entidades nacionais.

A MOBILIDADE ELÉCTRICA

    O veículo elétrico torna-se uma realidade face ao problema da poluição atmosférica.
Em Portugal, o mercado é emergente mas muito promissor. O programa de «rede de postos de recarregamento de Lisboa» apresentado no passado dia 2 de Março prevê alcançar 687 postos no mês de Junho. O país começa a desenvolver um verdadeiro negócio graças ao carro eléctrico. A partir deste verão, os fornecedores de electricidade vão ter que começar a equipar os postos de sistemas de pagamento. Em adição ao carro eléctrico, há vários outros meios de transporte inovadores para os turistas. O modelo da Mobi.e, a entidade que administra a rede portuguesa de mobilidade eléctrica suscita interesse a nível internacional, e o Gabinete de Ajuda à Mobilidade Eléctrica já prevê a negociação da sua exportação.

O TRATAMENTO DOS RESÍDUOS

    Com o aumento do nível de vida e de consumo nestes últimos anos, a quantidade de residuos também cresceu. Neste momento, cada português produz mais ou menos 1kg de resíduos por dia. A separação do lixo pelos particulares é hoje em dia bem implementada em Portugal. A maioria dos resíduos sólidos urbanos são tratados em depósitos comuns (65% em 2008 em aterros sanitários) mas o problema dos resíduos perigosos permanece (resíduos hospitalares, industriais ou radioactivos). Estes precisam de um tratamento específico, o que nem sempre acontece.

AS ACÇÕES E A SENSIBILIZAÇÃO AO SERVIÇO DO MEIO AMBIENTE

    Desde 1998, numerosas entidades e empresas desenvolvem campanhas de sensibilização de proteção do ambiente, no intuito de aumentar a taxa de reciclagem e reduzir o consumo energético, através dos seus próprios departamentos de “desenvolvimento sustentável” como é o caso de muitos bancos, ou então com ações de “marketing sustentável”. Em Portugal, existem vários prémios para o desenvolvimento sustentável que são atribuídos às melhores instituições portuguesas. É, hoje, uma verdadeira marca de diferenciação para valorizar o eco-comportamento português.

OPTIMIZAÇÃO E GESTÃO DA ÁGUA

    Atualmente, estima-se que a quantidade de água extraída dos rios e lagos do planeta situa-se aproximadamente nos 4000km³ por ano, com uma distribuição que se aproxima dos 70% para a produção de alimentos, 22% para o uso industrial e 8% para o uso doméstico.  

    Segundo um relatório da OCDE, em 2010, Portugal atingiu os seus objetivos no que se refere à gestão dos seus recursos naturais, incluíndo a água. O PNA (Plano Nacional da Água) constitui um elemento fundamental na definição da política da água em Portugal, mas o país precisa de um ponto de vista mais moderno, harmonizando o seu quadro jurídico e institucional.

Programa Provisório do Seminário
Segunda-feira, 14 de Novembro de 2011, Lisboa
HOTEL NOVOTEL (Av. José Malhoa)
Seminário
08h.30 Recepção dos participantes
09h.00 Abertura do seminário
  Dr. Carlos Aguiar, Vice-Presidente da CCILF
  Moderador: Jean Salessy, Presidente de Veolia Agua Portugal
09h.15: Apresentação geral do sector
               Engº Mário Grácio, Director da Agência Portuguesa para o Ambiente (APA)
09h.45: Observatório Veolia dos modos da vida urbana
               Robin Young, Coordenador do Projecto VEOLIA AMBIENTE
10h.15: Edificio para consumo 0 ou Eco-bairros
               Dra. Ana Vidal Andujar, Directora Geral Península Ibérica Bouygues Imobiliária
1oh.45 Coffee-break
11h.00: A mobilidade eléctrica
               Engº José Caro de Sousa, Administrador Delegado Renault Portugal
11h.30: Os transportes Urbanos
               Alain Descamps, Administrador Delegado Ibéria e Magrebe TRANSDEV
12h.00: Energia e as cidades
               Engº Jorge Cruz Morais, administrador executivo do Grupo EDP
12h.30: Casos de sucesso
               Dr. José Manuel Silva Rodrigues, Presidente CARRIS
               Outros intervenientes a confirmar
13h.00 Almoço-debate
             Com a intervenção da Prof. Dra Assunção Cristas, Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (a confirmar)
15h.00: O tratamento dos resíduos
               Dr. Filipe Serzedelo de Almeida, Presidente do Conselho EGEO
15h.30: A legislação do ambiente em Portugal
               SOCIEDADE Rebelo de Sousa & ADVOGADOS ASSOCIADOS
16h.00: Smart Network
               VEOLIA AGUA
16h.30: Encerramento e agradecimentos pela Prof. Dra Assunção Cristas (a confirmar)
16h.45: Saída para a visita da exposição “Veolia Água fotografias da natureza”

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